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Ivan Illich defende que a igualdade de oportunidades na educação é uma meta desejável e realizável, mas confundir educação com obrigatoriedade escolar é a mesma coisa que confundir Deus com igreja. Para ele a escola se transformou em uma espécie de religião que faz promessas de salvação aos pobres no capitalismo da era tecnológica. E não é difícil ver essas promessas exageradas nas propagandas de escola. E aí defendem a lógica de que quanto mais longa a escolaridade, melhores os resultados.
O fato é que os governos não discutem a escola e acabam chancelando esse sistema que instituiu categorias diferenciadas de cidadania a partir da posse de diplomas sucessivos, parecidos com ritos de iniciação e graus místicos de ordens religiosas.
Por isso, Ivan Illich defende que os Estados deveriam abolir na Constituição o monopólio da escola na educação. Porque para ele, a escola é um sistema que combina preconceito com discriminação. A primeira emenda da declaração de direitos do cidadão em uma sociedade moderna e humanística, segundo Ivan Illich, deveria ser: “O estado não fará leis para regulamentar a educação”. Para isso seria preciso também uma lei que proibisse qualquer discriminação baseada na frequência escolar, no momento da admissão em um emprego.
É claro que isso não excluiria a aplicação de testes de qualificação para o exercício da função. Para ele, o profissional deve ser contratado pela sua competência, não pelo seu diploma. E a competência não se mede pela frequência à escola.
Ora, qualquer professor sabe que o fato de um aluno ter passado de ano em uma disciplina não significa necessariamente que ele tem o domínio de cada ponto da ementa que consta do plano de ensino. Mas o diploma é um documento que atesta a habilidade nesse itens que, muitas vezes, não foram sequer mencionados em sala de aula.
Atenção! Mais uma vez! Ivan Illich não propõe o fim da educação, da aprendizagem, do desenvolvimento de habilidades ou da competência. O que ele questiona é a eficácia do sistema escolar e a legitimidade dos diplomas autorizados que esse sistema confere.
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E o diploma?
6 de outubro de 2014
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